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Hotelaria
Hotelaria é uma faculdade das ciências humanas que abrange o âmbito das práticas e teorias acerca dos conhecimentos que tangem a administração de hotéis e eventos além de novos gêneros de hospedarias. Estando intimamente ligado com a faculdade de turismologia.
Palazzo Hotel, em Las Vegas, Estados Unidos.
A hotelaria tem como finalidade atuar nas áreas de hospedagem, alimentação, segurança, entretenimento e outras atividades relacionadas com o bem-estar dos hóspedes. A hotelaria também possui seu cunho administrativo e empreendedor.
História
O marco inicial da hotelaria para alguns especialistas, teve início na Grécia Antiga, que nos jogos Olímpicos traziam muitas pessoas de outras localidades, e duravam de 2 a 3 dias - o que foi de grande importância para o desenvolvimento do turismo mundial. O evento era tão importante que se paravam guerras para participação.
Para que haja hospedagem, precisa-se de deslocamento. Com base neste conceito, muitos autores, identificam o deslocamento dos Povos Romanos como marco para o deslocamento de hospedagem.
No século IV a.C. Roma governava a Itália Central, o que trouxe a necessidade de construir caminhos para que os homens transitassem, e para tanto o censor romano Ápio Cláudioconstruiu nesse século a via Ápia, que se constituiu no primeiro caminho romano.
Posteriormente, a rede de caminhos estendeu-se até o sul da Itália, de onde advém a frase "Todos os caminhos conduzem a Roma".
Esses deslocamentos humanos de seu ambiente de vida a outras terras implicavam na necessidade de alojar-se em algum lugar, e os Romanos geralmente se alojavam em casas particulares, em templos pagãos das cidades ou em acampamentos fora desta.
As redes foram com o tempo se alastrando por toda a península Itálica, ao final do século I a.C. já existiam 19 estradas que interligavam toda a península.
As estradas romanas foram o princípio da hospedagem com fins lucrativos ou de benefícios. Diferentemente das hospedagens das Olimpíadas, as pousadas romanas faziam parte do sistema económico das cidades, gerando um comércio entre os viajantes e os moradores e até mesmo a troca de mercadorias entre cidades. Essa transformação ocorreu, principalmente, após o grande boom de meios de hospedagem nessas estradas. Como MASO (1974, p. 112) descreve:
Dormitório de Hostel em Taiwan.
Conforme GONÇALVES; CAMPOS (1999), a organização era tanta nas estradas romanas que para se transitar por essa as pessoas deveriam possuir um documento, muito parecido com o passaporte, como já citado também por MASO (1974, p. 112):
Como naquela época os meios de transportes não percorriam mais do que 60 quilômetros diários, as viagens quase sempre duravam alguns dias. Disso resultou a criação das hospedarias que, em Roma, obedeciam a regras muito rígidas; por exemplo, um hoteleiro não poderia receber um hóspede que não tivesse uma carta assinada por uma autoridade, estivesse ele viajando a negócios ou a serviço do imperador. A famosa Via Appia, por exemplo, era um local repleto de pequenas pousadas, ao tempo do Império Romano e naqueles estabelecimentos ocorria toda a sorte de orgias, crimes e desordens.
No Brasil, a atividade hoteleira começou no período colonial, os viajantes hospedando-se nos casarões das cidades, nos conventos, nas grandes fazendas e, principalmente, nos ranchos à beira da estrada. A chegada da corte real portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808 e, posteriormente, a abertura dos portos levaram a um aumento do fluxo de pessoas, fazendo com que casas de pensão, hospedarias e tavernas abrissem suas portas aos viajantes. No início do século XX, a escassez de hotéis levou o governador do Rio de Janeiro a criar o Decreto-Lei nº 1.100, de 23 de dezembro de 1907, que isentava de impostos municipais, por sete anos, os cinco primeiros hotéis que se instalassem na cidade. Em 1908, foi inaugurado o primeiro grande hotel na cidade: chamava-se O Avenida e possuía 220 apartamentos. Somente a partir da década de 30 do século XX, começaram a ser instalados os hotéis de grande porte. Sua ocupação era promovida pelos cassinos, que funcionavam nas mesmas instalações. Porém, com a proibição dos jogos de azar, em 1946, muitos hotéis fecharam suas portas.
Resort
Resort em San Diego.
Um resort, resorte, centro de férias, estação turística, estância turística ou hotel de lazer, é um lugar usado para relaxamento ou recreação, situado fora do centro urbano com áreas não edificadas de terreno, voltados especialmente para atividades de lazer e entretenimento do hóspede. Como resultado, as pessoas procuram um centro para passar feriados ou férias.
Hotel Resort Schwielowsee, em Brandemburgo na Alemanha.
Geralmente, um centro de férias é uma grande seleção com diversas atividades, como bebidas, comida, alojamento, esportes, entretenimento, e compras.
Um resort pode geralmente ser aludido com três lugares parecidos, mas distintos:
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Cidades em que o turismo é a principal atividade econômica não são dirigido por uma única companhia (por exemplo Aspen, Colorado)
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Centros de férias, normalmente dirigidos por uma única companhia, que tenta proporcionar para a maioria das pessoas o que elas querem enquanto elas estão lá (por exemplo Walt Disney World Resort).
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Real Estate Resort, onde é possível ter todos os benefícios de um Resort sendo dono de uma propriedade.
Às vezes o termo resort é usado erroneamente para se referir a hotel, que não tem todos os requisitos de um resort. De qualquer modo, um hotel possui as principais características de um centro. Outra diferença que podemos ressaltar entre hotel e resort, é que um resort proporciona diversas opções de lazer para seus hóspedes, já o foco de um hotel é oferecer apenas a estadia.
Assim como em um hotel, nos resorts seus hóspedes tem livre permanência por todos os seus ambientes, porém, diferentemente daqueles, pois, na maioria das vezes, não há necessidade de adquirir pacotes adicionais. O preço da estadia engloba tudo o que o "resort" oferece. Trata-se de um misto da comodidade de um clube com o prazer de um hotel.
O resort na maioria das vezes, além da enorme variedade de serviços,é um local onde o hóspede usufrui no sistema all-inclusive, que é caracterizado pelo fato dos serviços estarem todos incluídos na diária paga pelo hóspede.
5 maravilhas da engenharia subaquática
Em algumas obras, apenas uma "parede" transparente lhe separa de um incrível mundo aquático (Fonte da imagem: Reprodução/Deep Ocean Technology)
Um túnel de 130 km para levar trens ao espaço, megaconstruções que vão de muralhas históricas a ilhas artificiais, e a colonização de Marte em 2023. O que todos estes projetos têm em comum? Além de serem bastante audaciosos, eles mostram a necessidade que o homem tem em tentar “driblar” os obstáculos apresentados pela natureza, testando constantemente nossa capacidade intelectual e tecnológica.
E como não podia deixar de ser, os oceanos também não demoraram a ser “colonizados” — hoje, existem surpreendentes construções subaquáticas e futuros projetos para todos os gostos, indo de hotéis luxuosos a estações científicas. Mesmo variando em objetivos, uma coisa é única para todas essas obras que já “habitam” ou ainda vão “habitar” nossos mares: elas apresentam comodidades e designs únicos. Confira:
1. Water Discus Hotel — Dubai
A cidade de Dubai é normalmente associada a grandes e espetaculares construções. E não é para menos — hoje, o maior prédio do mundo, o Burj Khalifa que possui mais de 800 metros de altura, está nessas terras.
Estruturas interna e externa do hotel (Fonte da imagem: Reprodução/Deep Ocean Technology)
E o primeiro exemplo da nossa lista de construções subaquáticas também faz jus à fama de Dubai — o Water Discus Hotel é um incrível projeto “dois em um”. Além de possuir boa parte de sua estrutura luxuosa embaixo d’água, os hóspedes também poderão ter uma vista privilegiada na superfície do mar.
Conforto e luxo também fazem parte do pacote (Fonte da imagem: Reprodução/Deep Ocean Technology)
Para isso, o hotel possuirá dois “discos” conectados por cinco “pernas” sólidas e um eixo vertical que contém um elevador e escada. Desenvolvido pela Deep Ocean Technology, esta construção oferecerá 21 quartos, um bar, um centro de mergulho, internet, spa e uma pista superior para helicópteros.
2. Poseidon Resorts — Fiji
Poseidon, na mitologia grega, é o deus dos oceanos. E é com esse nome (pouco) sugestivo que um resort subaquático cinco estrelas está sendo construído em Fiji. O projeto permitirá que os hóspedes tenham acesso a 24 suítes e a uma suíte de luxo a 12 metros de profundidade por meio de um elevador.
Os quartos deste furuto hotel submerso apresentam uma vista exepcional (Fonte da imagem:Reprodução/Poseidon Resorts)
Além disso, o hotel possuirá portas de fibra de carbono que permitirão manter o interior da construção com a mesma pressão da superfície, evitando que os visitantes passem pelo processo de descompressão antes de saírem do fundo do mar.
3. Aquarius — Flórida
Um laboratório de pesquisas subaquático. Essa é uma das várias caracterizações do Aquarius — um habitat que fica a cerca de 20 metros de profundidade. Apesar de não ter uma aparência tão futurista e luxuosa como as outras obras, esta estrutura possui alguns confortos encontrados em uma casa normal, como beliches, duchas, banheiros, água quente, ar-condicionado e computadores ligados à costa por uma ponte de banda larga sem fio.
A estrutura do Aquarius não é das mais atraentes, mas oferece toda a comodidade de uma casa (Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
O Aquarius também é utilizado pela NASA para treinar os astronautas antes de estes irem realmente explorar o espaço — é o chamado NEEMO, um laboratório extremo da agência espacial. Neste local, os “aquanautas” passam por experiências bastante similares às que eles encontrariam “lá fora” e precisam ficar nesta estrutura por cerca de 10 a 14 dias.
4. Ithaa Undersea Restaurant — Maldivas
Para quem gosta de jantar ou almoçar com estilo, o Ithaa Undersea Restaurant é uma boa opção — localizado a cerca de 5 metros de profundidade, este restaurante submerso fará com que qualquer refeição seja realmente única. Os visitantes só precisam descer uma escada em espiral para poder se deliciar com frutos do mar no primeiro restaurante submerso do mundo.
Coma frutos do mar dentro do oceano (Fonte da imagem: Reprodução/Conrad Hotels)
Com apenas 14 lugares, o Ithaa Undersea Restaurant foi um projeto de 5 milhões de dólares. Sua estrutura é basicamente formada por um túnel de acrílico transparente que permite uma vista de 270° para o fundo do mar.
5. Jules Undersea Lodge — Flórida
Nos anos 70, o hotel Jules Lodge era, na verdade, o laboratório de pesquisa La Chalupa. Hoje, ele abriga mergulhadores que vão a 21 metros abaixo da superfície do mar para ter uma experiência de “outro mundo”.
Mergulhe 21 metros para dormir neste hotel (Fonte da imagem: Reprodução/Jules Undersea Lodge)
O Jules Undersea Lodge tem capacidade de abrigar, normalmente, dois casais separados. Cada dupla possui um quarto privado, mas as áreas comuns — como uma minicozinha, sala de jantar e de estar — são compartilhadas.
Áreas comuns são compartilhadas (Fonte da imagem: Reprodução/Jules Undersea Lodge)
Caso você queira passar por tal experiência, mas não é um mergulhador profissional, não se preocupe — o hotel também oferece um curso de mergulho de três horas para garantir que todos os hóspedes consigam entrar de forma segura na estrutura submersa.
Concretagem-submersa
Com dois tipos básicos de alicerces: tubulões ou caixões. Os primeiros são tubos metálicos, com até 3 metros de diâmetro, cuja ponta é encravada no fundo do mar. Depois, a água do interior é bombeada para fora. Um sistema de ar comprimido mantém o interior seco para permitir que se escave por ali a base na qual se assenta o tubo. À medida que a escavação prossegue, o tubo vai penetrando no solo. Em determinado ponto, a base é alargada para sustentar melhor o alicerce. Aí então, o tubulão é enchido com concreto e sobre ele se constrói um bloco, também de concreto, que servirá de base para os pilares de sustentação da parte plana da ponte – o chamado tabuleiro. Já os caixões são estruturas de aço ou concreto armado, dentro das quais o terreno é escavado e os pilares, edificados como se faz com os tubulões. Geralmente, essas pontes são construídas em locais próximos ao continente, onde a profundidade da água varia em torno de 50 metros.
A arte da fundação submersa
Técnica especial utiliza imensos moldes de metal para abrigar o concreto
1. Uma estrutura de metal é enterrada no leito do mar ou do rio. O interior é mantido seco graças a um sistema de pressurização
2. Depois que os operários alcançam a camada rochosa, o interior do tubo é preenchido com o concreto que irá formar o pilar
3. A estrutura de metal pode ser aproveitada no pilar. Mas, em alguns casos, ela é retirada quando a construção é concluída
Construção de Pilares de Pontes dentro d'água - Saiba como são feitos!
Existem dois tipos de alicerces para a construção dos pilares de pontes: os tubulões e os caixões.
Os tubulões são um tipo de fundação profunda composta por segmentos de seção circular. Sua execução é feita pela escavação de um fuste cilíndrico e de uma base, que costuma ser alargada em formato de cone. As fundações têm armação de aço e seus segmentos são concretados in loco. Em geral, os tubulões têm pelo menos 70 cm de diâmetro e costumam ser usados para obras de carga elevada como pontes, viadutos e edificações de grande porte.
Os tubulões são tubos metálicos, com até 3 metros de diâmetro, cuja ponta é encravada no fundo do mar. Depois, a água do interior é bombeada para fora. Um sistema de ar comprimido mantém o interior seco para permitir que se escave por ali a base na qual se assenta o tubo.
À medida que a escavação prossegue, o tubo vai penetrando no solo. Em determinado ponto, a base é alargada para sustentar melhor o alicerce. Aí então, o tubulão é enchido com concreto e sobre ele se constrói um bloco, também de concreto, que servirá de base para os pilares de sustentação da parte plana da ponte – o chamado tabuleiro.
Já os caixões são estruturas de aço ou concreto armado, dentro das quais o terreno é escavado e os pilares, edificados como se faz com os tubulões. Geralmente, essas pontes são construídas em locais próximos ao continente, onde a profundidade da água varia em torno de 50 metros.
Como é feita a fundação submersa - Passo-a-passo:
1. Terraplanagem e escavação preliminar
Antes de executar qualquer fundação é feito um mapeamento geotécnico. Os serviços são iniciados com a terraplenagem do local. Em seguida, é feita uma escavação preliminar, a céu aberto, onde se executa um poço (geralmente entre 1,5 m e 2 m de profundidade) de apoio ao assentamento das fôrmas. As escavações para executar o tubulão podem ser feitas manualmente ou mecanicamente, com um trado mecânico.
2. Instalação das fôrmas e montagem das armaduras
No poço primário, é montada uma fôrma circular (metálica ou de madeira) em volta da qual é armada a ferragem do tubulão. Concluída a armação, é instalada uma fôrma circular externa. Os diâmetros variam conforme o projeto. O comprimento desse primeiro segmento costuma ser em torno de 4 m (cerca de metade dentro do poço e metade acima do nível do terreno).
3. Concretagem da primeira sessão
É feita a concretagem da camisa (espaço entre as fôrmas interna e externa). Após a concretagem e a cura do concreto, faz-se a desenforma interna e externa. Na extremidade superior da camisa de concreto são fixados chumbadores para acoplar a campânula usada para comprimir o ar.
4. Escavação sob ar comprimido
Com o primeiro segmento tubular concretado, é montada a campânula sobre o tubulão em execução. A partir daí, os trabalhos de escavação são feitos sob ar comprimido, avançando normalmente em trechos de 1 m a 1,5 m. A campânula é retirada para concretagem de novos segmentos do tubulão - cada segmento é executado com a mesma composição de armação e de fôrmas internas e externas. A sequência concretagem-escavação-concretagem é repetida até que se atinja a profundidade prevista em projeto ou determinada pela inspeção.
4.1. Campânula de ar comprimido
A campânula é composta de várias peças, as quais são presas umas as outras através de parafusos, porcas, arruelas e vedações. Uma vez montada, a câmara é pressurizada com compressores. Ela também tem função de segurança para os profissionais: é pela câmara que os operários passam pelo processo de compressão e descompressão para poderem trabalhar sob ar comprimido.
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Alargamento da base
Ao atingir a cota de assentamento do tubulão, é feita a inspeção do terreno. Caso a exigência (de capacidade de carga, de resistência, entre outros fatores) seja atendida, pode-se então expandir a base. Na maioria dos casos, usa-se base alargada para melhor aproveitamento da capacidade resistente do terreno. Após o alargamento, uma nova vistoria é feita para conferir as dimensões e verificar a armadura da base. Por fim, é feito o preenchimento com concreto, sem remoção da campânula.
6. Concretagem da base
O concreto é introduzido na campânula por meio do "cachimbo" de concretagem. Após o preenchimento da base, a execução do tubulão é encerrada. Ele deve permanecer comprimido durante seis horas após a concretagem da base.
Assista o vídeo logo abaixo que mostra em maiores detalhes como esse sistema funciona:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=8DS2kC3WNi8
https://www.meiacolher.com/2017/11/construcao-de-pilares-de-pontes-dentro.html
CONCRETAGEM SUBMERSA EXIGE SOLUÇÕES ADEQUADAS
Concreto deve ser coeso quando usado em ambientes subaquáticos
Construir pontes, barragens ou outras estruturas localizadas parcial ou totalmente dentro da água exige o trabalho de concretagem submersa. “A ação é sempre necessária quando estão abaixo do nível da água – doce ou salgada – estruturas como fundações do tipo tubulação, barragens, paredes-diafragma, blocos de fundação de pontes e piers, tubulações e contenções, entre outras”, afirma o engenheiro Bernardo Tutikian, doutor em Engenharia Civil e diretor de Eventos do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon).
O método mais utilizado para execução da concretagem submersa tem o auxílio de uma tubulação conhecida como tremonha. Com formato de pirâmide invertida, a tremonha leva o concreto até a parte inferior da fôrma, que vai sendo preenchida de baixo para cima, até transbordar. “Para evitar a mistura de solo, lama ou água com a argamassa, pode-se utilizar a lama betonítica, que preenche o espaço, mas ainda assim permite a entrada do concreto”, explica Tutikian. A primeira camada de concreto que entra em contato com a lama betonítica deve ser desprezada através do transbordamento de certa quantidade de material.
A técnica do concreto submerso com tremonha começou a se popularizar no Brasil à época em que a ponte Rio-Niterói foi construída, no final da década de 1960. Outro método de execução é a concretagem submersa injetada. “Nesse processo, as fôrmas recebem a brita e as ferragens. Na sequência, é injetada por pressão a nata de cimento pura nos espaços da brita”, detalha o engenheiro Aleixo Belov, superintendente da Belov Engenharia. Esse procedimento pode ser usado em diferentes casos, por exemplo, em regiões muito rasas, áreas em que a obra sofre com a força das ondas ou em locais de difícil acesso aos equipamentos de maior porte.
“Na concretagem submersa injetada, depois que a fôrma é retirada, a estrutura de concreto fica semelhante a uma peça de mármore, sem vazio nenhum”, ressalta Belov, dizendo que a alta qualidade pode ser explicada pelo fato de a nata de cimento preencher perfeitamente todos os vazios da brita e proteger completamente a ferragem. “Com isso, a estrutura subaquática pode durar 100 anos”, complementa.
A concretagem submersa injetada também pode ser aproveitada no reparo ou na recuperação de estacas danificadas pela ação da salinidade ou dos movimentos marítimos. O processo de manutenção começa com a raspagem e a limpeza da estrutura e, na sequência, é realizada a substituição da ferragem. Por fim, uma fôrma de fibra ou de aço é usada para receber o concreto.
Características do concreto
Quando usado em obras submersas, o concreto não pode se misturar à água ou ao solo, portanto, deve ser bastante coeso. Para atingir o nível ideal, é indicada a especificação de elevada quantidade de materiais finos, como fíler calcário, metacaulim, sílica ativa e areia fina. “O concreto também precisará ter baixa permeabilidade, característica obtida através da redução da relação água/cimento para valores próximos de 0,4”, orienta Tutikian.
O melhor tipo de concreto para ser aproveitado em situações submersas é o autoadensável. Esse produto já apresenta elevado teor de finos e conta com aditivos superplastificantes, tornando-se, assim, a opção sob medida para situações subaquáticas. “Inclusive, foi a partir do concreto submerso que surgiu o autoadensável, no Japão, em 1988”, observa Tutikian.
Assim como o elevado teor de finos, a preocupação em relação ao empacotamento granulométrico (imagem abaixo) auxilia na maior coesão dos grãos do concreto, evitando a sua dispersão no contato com a água. Para apresentar boa coesão, os grãos precisam se encaixar – os menores nos espaços livres dos maiores -, melhorando o esqueleto granular e evitando a separação das partículas.
Em algumas situações, o concreto submerso deve apresentar elevada resistência a ataques químicos. Uma possível solução é o uso de cimentos resistentes a sulfato, indicados com um “RS” ao final da nomenclatura técnica de norma (Exemplos: CP III 40 RS, CP V ARI RS, entre outros). Ele oferece resistência aos meios agressivos sulfatados, como redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos.
Pode ser usado em concreto dosado em central, concreto de alto desempenho, obras de recuperação estrutural e industriais, concretos projetado, armado e protendido, elementos pré-moldados de concreto, pisos industriais, pavimentos, argamassa armada, argamassas e concretos submetidos ao ataque de meios agressivos, como estações de tratamento de água e esgotos, obras em regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas. “Por exemplo, em tubulações por onde passam materiais com características ácidas ou que carregam outras substâncias capazes de prejudicar o desempenho da estrutura”, afirma Belov.
Respondendo a esses três requisitos, o concreto submerso já será naturalmente resistente à grande maioria de ataques químicos externos, como cloretos, sulfato e carbonatação, entre outros. “Como qualquer concreto, ele precisa ser resistente aos diferentes ataques que podem acontecer ao longo de toda sua vida útil”, diz Belov.
Concretagem submersa: ação do mar
Se a estrutura de concreto permanecer constantemente sob a água do mar, a chance de ocorrer danos é muito pequena, pois não há corrosão em ambientes submersos devido à baixa quantidade de oxigênio. Porém, se a estrutura estiver localizada em um espaço onde o movimento da maré deixa a estrutura submersa por um período e em outros não, pode acontecer a aceleração do processo de corrosão. Com isso, a estrutura estará propensa a sofrer danos mais rapidamente.
Foi identificada utilização de argamassa inadequada e falha no processo de assentamento, sendo recomendada uma nova instalação.
http://www.mapadaobra.com.br/negocios/concretagem-submersa-exige-solucoes-adequadas/